sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Entrevista concedida para o site http://ofarolguia.com.br

- Você sempre se sentiu atraído pelo tema ‘Zumbi’? Como foi o seu contato com o tema? E como você saiu de um admirador pra um autor de estória do gênero?
Rodrigo: Trata-se de um caso de amor de longa data (risos). Na prática, meu primeiro contato foi ainda criança, quando assisti o clipe “Thriller” do Michael Jackson. Achei aquelas criaturas assustadoras, porém fascinantes. Desde então assisti inúmeros filmes e sou fanático pela série The Walking Dead. Porém, o impulso para escrever o livro foi o filme “Madrugada dos Mortos” de Zack Snyder. Foi a partir de um pesadelo que eu tive depois de assistir o filme que eu decidi que iria escrever um livro sobre o assunto.

- Há quanto tempo existe e de onde surgiu a ideia de criar a comunidade do ‘Vale dos Mortos’ no Facebook?
Acreditamos que a base de fãs que você tem lá vai te ajudar muito na divulgação e na compra do seu livro. Isso foi proposital?
Rodrigo: A comunidade do “Vale dos Mortos” surgiu quando eu ainda estava escrevendo o livro. Naquele momento a intenção era apenas ter um espaço de divulgação e eu ia alimentando o site com imagens da capa do livro, spoilers e curiosidades. Era tudo muito simples e despretensioso. A partir do momento que eu passei a contar com o apoio de sites como o ‘Zumbi Apocalipse’ e o‘Apocalipse Zumbi no Face’ as coisas mudaram muito. A quantidade de pessoas que acompanhavam o site começou a aumentar e passamos a falar não só do livro, mas também de zumbis no geral, comentando filmes e séries. Hoje contamos com mais de 11 mil participantes e somos divulgados por comunidades do Facebook que juntas somam quase 1 milhão de usuários.

- A popularização do tema através das séries e livros. Como isso influencia no lançamento do livro?
Rodrigo: É uma faca de dois gumes na realidade. Se por um lado o momento é propício por se tratar de um tema em evidência, graças ao sucesso de séries como The Walking Dead e Resident Evil, por outro lado temos livros estrangeiros de imenso sucesso no mercado, alguns deles figurando inclusive na lista dos mais vendidos de grandes veículos de comunicação como a Revista Veja. Nesse aspécto torna-se uma concorrência muito desigual, de um lado um autor nacional independente, do outro best-sellers internacionais. Conseguir se sobressair no cenário atual é o grande desafio a ser vencido.

- Você pensou logo de cara em lançar o seu livro em formato impresso? Foi difícil encontrar uma editora? Quais foram as suas principais dificuldades nesse sentido?
Rodrigo: Na prática eu pensei de imediato em lançar apenas o ebook “O Vale dos Mortos”. Mas no fundo eu queria mais, eu sempre tive adoração por livros, não combinava comigo ter apenas a versão digital. Encontrar uma editora foi relativamente simples pois eu tinha os recursos para custear parte da edição. Mas eu me coloco no lugar de autores que não têm essa alternativa e precisam conseguir uma editora que arque com todos os custos do projeto, isso realmente é complicado, apenas uma fração mínima consegue a oportunidade de lançar um livro nessas condições. O mercado editorial brasileiro ainda é pouco favorável para os autores iniciantes.

- Livro lançado, divulgação e vendas rolando, o que vem pela frente? O que você pode adiantar sobre os próximos capítulos dessa série?
Rodrigo: “O Vale dos Mortos” é o primeiro volume de uma saga de 5 livros. Já estou escrevendo o segundo volume e tenho como meta lançá-lo até o fim do ano. É um livro completamente diferente do primeiro, é uma obra mais pessimista e, por assim dizer, cruel. Mas acredito que vai agradar os fãs, até porque eu abordo um pouco mais assuntos sobrenaturais, algo que eu explorei muito pouco no primeiro livro.

- Na ‘madrugada dos mortos do Vale’, quais são os seus rolês preferidos?
Rodrigo: Eu sou muito caseiro! Afinal de contas estou casado a quase dez anos e tenho dois filhos pequenos, minha fase de baladas ficou para trás. Mas eu gosto muito de um bom jantar no Outback ou tomar um chopp gelado com meus amigos no restaurante New York Ribbs em São José dos Campos.

- Quais são os sobreviventes que vêm te acompanhando nessa batalha aos quais você gostaria de deixar um agradecimento especial?
Rodrigo: Minha esposa Cláudia que tanto me apoiou nesse projeto apesar de detestar histórias de zumbis, minha família inteira sobretudo minha mãe Maria de Fátima e meu sobrinho Raphael que foram os primeiros a lerem meu livro, meus amigos Ricardo e Dalton que tanto têm me apoiado e aconselhado ao longo dessa jornada, toda a minha equipe do site “O Vale dos Mortos” e os vários sites que têm ajudado na divulgação do livro. Sem eles nada disso teria sido possível.


quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Trecho do livro "O Vale dos Mortos" - Capítulo 5 - Confinados

Depois de muito tempo, Ivan e Estela conseguiram fazer com que as crianças pegassem no sono. Deitaram abraçados com os filhos no chão até eles dormirem, falando palavras tranquilizadoras. Convenceram as crianças que no dia seguinte iriam providenciar comida e que tudo iria ser mais fácil e que eles não tinham com que se preocupar. Estavam preocupados com os dois pequeninos, quanto ao futuro e quanto as sequelas que aquela experiência iria deixar.


– Nossos filhos vão ficar traumatizados. - falou Estela, olhando as crianças que dormiam no chão frio.  – Vão carregar para sempre as cicatrizes desse dia. Nunca mais vão superar tudo que viram e sentiram, vão ter que amadurecer rápido demais, vão se tornar adultos cedo demais. Isso se conseguirem chegar à fase adulta. – falou acentuando propositalmente a palavra “se”. Novamente sentiu as lágrimas queimarem seus olhos.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Matéria publicada no Jornal "O Vale" sobre o livro "O Vale dos Mortos".



segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Resenha postada por Fábio Zonatto no site Zumbicast - www.zumbicast.com.br

Uma das perguntas que mais vejo “sabichões” sobre o Apocalipse Zumbi repetirem (e também responderem) pela internet é: “Se sua esposa/filho se transformassem em zumbis, você seria capaz de fazer a coisa certa?”

“Tiro na cabeça, sem pensar duas vezes!” – os mais resolutos respondem. Já os que guardam certas ressalvas podem optar por algo como “É complicado… Mas se você os ama de verdade, tem que fazer…”. Pois é, apenas imaginarmos uma terrível situação destas com certeza nada tem a ver com vivencia-la de fato.

Mas então eu lhes pergunto: não seria melhor simplesmente cuidarmos de nossa família, zelando por sua segurança e protegendo-os com sua própria vida posta em risco constantemente? Não seria melhor sacrificar-se pelos entes queridos sabendo que estarão em segurança que viver indefinidamente com a dor (e as vezes a culpa) da perda destes? Pois é este exatamente o conceito da obra “O Vale dos Mortos”, de Rodrigo de Oliveira – mais um autor visionário do fim dos tempos.

Diferente da série “Apocalipse Zumbi” de Alexandre Callari, a obra de Rodrigo de Oliveira (também idealizada para ser uma série) foca muito mais na família e seus preceitos do que nas atrocidades humanas cometidas após o fatídico “Dia Z”. Neste cenário, que também é ambientado no Brasil (interior de São Paulo mais precisamente) uma família comum composta pelo técnico em informática (e ex-militar) Ivan, a analista de sistemas Estela e os dois filhos pequenos Matheus e Ana são pegos completamente desprevenidos quando o caos começa, e devem permanecer juntos para escaparem do terror que vivenciam.

Isto porque, nesta trama, tudo acontece repentinamente. Realmente sortudos são os que não morrem imediatamente após o início de tudo!

Rodrigo de Oliveira, ao contrário de muitos autores de obras com zumbis, resolveu explicar a origem da praga… E ela vem na forma de um estranho planeta que aproxima-se perigosamente da Terra, o temível “Segundo Sol” Hercólubus. De uma forma surpreendente (que não entregarei aqui), o visitante estelar traz consigo o fim dos tempos, o poente da sociedade moderna como a conhecemos. Milhões de pessoas pelo mundo são mortas, e estas pobres vítimas não tardam a levantarem-se novamente como criaturas terríveis que devoram carne humana e não conhecem medo ou medem consequências para matar. É neste cenário de morte e atrocidades que Ivan e Estela devem proteger seus filhos e a si mesmos enquanto buscam abrigo, água, comida… E esperanças.

Você vai acompanhar uma desesperadora e tocante aventura por terras devastadas que irá nos mostrar até onde vai o amor dos pais por seus filhos e de um homem por sua família – mesmo após nada mais parecer certo. Mesmo após o fim definitivo da vida como hoje a conhecemos. Como tomar decisões ousadas em nome da sobrevivência quando se há tanto a perder? Como não estar pronto a sacrificar-se a qualquer momento quando sabemos que a o abraço da morte será muito mais ameno que a dor da perda? Até onde você iria para preservar a sua vida e a de sua amada família? Pois Ivan e Estela responderão a todas estas perguntas – e você não vai querer perder esta tocante saga por nada.

“O Vale dos Mortos”, como já dito, é uma obra de Rodrigo de Oliveira (mais um grande amigo e parceiro do Zumbicast) que está disponível pelo selo Baraúna. Corra para ler o primeiro capítulo deste sufocante conto, pois o segundo já começa a despontar no horizonte – e nós do Zumbicast lá estaremos para lhes trazer mais este lançamento!

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Trecho do livro "O Vale dos Mortos" - Capítulo 2 - O Dia em Que Tudo Mudou

Estela soltou um grito quando sua porta foi aberta bruscamente pela bizarra criatura de um olho só que viram instantes antes. O ser agora tinha uma expressão feroz, os dentes estavam visíveis, enquanto um fio de saliva escorria pelo canto da boca. Soltou um urro aterrorizante, como um predador que está prestes a cair sobre sua presa.

Apavorada, Estela puxou a porta de volta com toda a força, tentando impedir aquela coisa de entrar no carro junto com ela e sua família. As crianças gritavam e choravam apavoradas, e Matheus se espremeu contra a porta, como se tentasse aumentar a distância entre ele e aquele demônio vindo diretamente do inferno.

Ela chegou a bater a porta, mas esta não fechou. A mão esquerda daquele monstro estava presa. Quando Estela a fechou não tinha percebido isso, e agora a porta não trancava, faltava um centímetro para conseguir travar. Pela violência do impacto era para ter quebrado todos os ossos da mão daquela criatura diabólica, mas aparentemente não havia acontecido nada ou simplesmente “aquilo” não se importava com a dor.

O homem puxou a porta de volta com a mão livre, e ele era fortíssimo. Num puxão conseguiu escancarar a porta novamente de uma forma tal que as dobradiças oscilaram perigosamente, e Estela por um segundo achou que a criatura ia conseguir arrancá-la fora.

Resenha publicada pelo sobrevivente Paulo Henrique no Skoob.

Sensacional!!!

Sinceramente meus parabéns, a mescla de planetas, zumbis, violência(digo e repito VIOLÊNCIA), e um casal(nunca tinha visto nada tão próximo) lutando contra hordas de zumbis acabou dando uma mistura fantástica.

Os personagens, os cenários as situações, tudo descrito com uma riqueza em detalhes impecável, que transforma a leitura em uma viagem para dentro do livro, fazendo com que o leitor sinta exatamente o que esta lendo como se fosse uma experiência real.

A forma como trata as palavras descreve exatamente a tensão, a preocupação em que o autor deve ter tido para escrever uma obra simplesmente fantástica.

Depois de ter lido em 2 semanas(pela falta de tempo), e ter devolvido o livro para o devido dono, não vejo a hora de comprar o meu exemplar e por em um lugar especial na estante, o lugar dos ZUMBIS!!!

Resenha publicada por R. S. Pereira no site Zakar.com

Resenha publicada por R. S. Pereira no site Zakar.com

Cuidado, contém GRANDES SPOILERS!!!

Sinopse: "Num futuro próximo, uma antiga lenda Suméria torna-se realidade. Um gigantesco planeta é descoberto no nosso sistema solar e ruma em direção à Terra. Sua aproximação desencadeia um fenômeno único na história e bilhões de pessoas se transformam, de uma hora para outra, em criaturas sedentas de sangue e carne, num estado permanente e irreversível de fúria psicótica. Neste cenário caótico uma família inicia uma luta desesperada pela sobrevivência. Assim, surgirão dois líderes capazes de guiar os poucos sobreviventes de uma cidade do interior de São Paulo para enfrentar uma horda de zumbis canibais. Com passagens em Brasília, nos Estados Unidos, na China e na França “O Vale dos Mortos” é uma história de zumbis com ação frenética e muita violência, que também trata de valores como liderança, trabalho em equipe, e a força de um jovem casal capaz de tudo para proteger seus filhos e amigos. Acima de tudo, “O Vale dos Mortos” trata de uma grande história de amor capaz de sobreviver a tudo, até mesmo ao fim do mundo."

***

"Uma tempestade é um conjunto de milhões, às vezes bilhões de variáveis que geram um resultado. Essas variáveis combinadas causam um efeito, o que nos leva a crer que se o jardineiro fosse impedir a tempestade teria de influenciar bilhões de agentes diferentes, mudando toda uma estrutura que poderia alterar não só a tempestade, mas uma infinidade de outras coisas. É por isso, que eu acredito que Deus pode prever certas tempestades, mas não as impede. Pois elas são o resultado de inúmeras variáveis que são nada mais nada menos do que o subproduto de toda a Sua vasta obra.”

Hercólubus, até então era apenas um mito, um devaneio do escritor V. M. Rabolu. Um planeta fantasma, que aparece e desaparece nas órbitas dos planetas, e sempre que isso acontece, algo muito catastrófico acontece com tal planeta. Em 2018 foi a vez da Terra sofrer.
No inicio anunciaram que o planeta se chocaria em cheio com a terra, dizimando tudo e todos (quem dera isso fosse verdade!). Mais com a chegada do planeta para mais perto, os cientistas descobriram que não, ele não se chocaria com a terra, apenas passaria bem pertinho de nós, fornecendo um belo efeito visual nos céus de todo o mundo. Os cientistas não souberam dizer se isso mudaria de alguma forma o clima ou qualquer coisa relacionada, mais até então estava tudo tranquilo. Até então.
Numa manha de Sábado, ápice de Hercólubus e também ápice de um calor incrivelmente sobrenatural, Ivan e Estela saíram para resolver algumas coisas e comprar outras também, passaram pelo centro, que fechava mais cedo e fizeram quase tudo que precisavam, faltavam algumas coisas que podiam ser resolvidas no Shopping, então seguiram junto com seus filhos Ana e Matheus até o Shopping Colinas, no Jd. Aquarius. Iriam almoçar primeiro e depois resolver o resto dos afazeres. Foram obrigados a dar meia volta, o Shopping estava fechado, pois pela segunda vez ocorreu um vazamento de gás, e a área toda do shopping estava interditada. Seguiram então para o Shopping Center Vale. Chegaram e constataram que o lugar estava abarrotado de gente. Foi difícil achar uma vaga para o carro e também para encontrar uma mesa vaga na praça de alimentação do lugar. Por sorte conseguiram um lugar vazio, logo ao lado da mesa de uma senhora já de idade. Quando iam se sentar á mesa ouviram o barulho da mulher idosa se espatifando no chão. Ela havia desmaiado. Toda a praça de alimentação fitou atônica, e logo um médico que estava ali a passeio veio socorrer a senhora, mais de nada adiantaria. Do nada, de uma hora para outra cerca de 90 % das pessoas que estavam na praça desmaiou, na mesma hora, no mesmo instante. Ivan e Estela tentavam sair daquele lugar o mais rápido possível, cada um segurando um filho, mais era uma missão impossível, havia pessoas caídas uma sobre as outras em todos os lugares!
As pessoas que se livraram do momentâneo surto de desmaio, talvez por causa do calor, que nem o ar condicionado do shopping dava conta de estancar, se desesperaram, gritavam por ajuda, choravam, ficavam ao lado dos parentes numa súplica de ajuda.
Aquela primeira senhora que desmaiou, logo voltou á “si”. O médico, paralisado ainda ao seu lado viu quando a senhora abriu os olhos. Olhos leitosos, sem vida, sem cor. Brancos. Mortos!

– Senhora, você está bem? – perguntou o médico aflito. – Você está sentindo alguma coisa? Consegue falar?

Ele, com muito esforço, tentou colocar a mulher, Lúcia, sentada, mais foi surpreendido quando do nada ela o abraçou e mordeu seu pescoço, e só pode soltar um urro de dor. A senhora tinha uma força anormal, e havia lhe travado em um abraço mortal. Logo em seguida, Lucia mordeu sua bocheche e a parte inferior do rosto do medico, o fazendo gemer mais alto, e então ele não aguentou a dor e desmaiou... O fôlego desapareceu, veio a sensação de vazio e a escuridão... Logo seus olhos se tornaram brancos, sem vida...

Ivan e Estela assistiam a tudo aquilo sem poder acreditar. Tampavam os olhos dos filhos para que eles não presenciassem aquela cena. Aos poucos outras pessoas iam se levantando. Ivan sabia o que ia acontecer, olhou para Estela, que entendeu o olhar do marido e começaram a correr Shopping a fora com seus filhos no colo. O shopping todo estava abarrotado de gente desmaiada, que logo acordariam e sentiriam uma fome descomunal.
Logo na saída do shopping mais uma cena aconteceu, pessoas e mais pessoas tentavam sair pela pequena porta enquanto uma linda mulher era atacada pelo seu suposto noivo. Ainda assim, mesmo pensando em parar e ajudar, já era tarde demais para a moça, Ivan continuou a frente. O objetivo era chegar ao carro e fugir dali. Talvez fosse algo isolado, restrito apenas ao Center Vale (que dó, nunca verei meu Shopping preferido com os mesmo olhos!). Mais não. Depois de passar por um bando de zumbis ainda no estacionamento, eles puderam ver o caos. Carros parados no meio da rua, capotados, batidos, zumbis por todo o lado... Era o Apocalipse.
Ivan tinha em mente voltar para o apartamento onde moravam, na Vila Ema, mais logo descobriria que lá não era o melhor lugar para se ir. Eles se depararam com o lugar cheio de zumbis, nas ruas, nas calçadas, nas varandas dos prédios vizinhos, presos do lado de dentro dos condomínios, gritando para sair, com aquela voz oca, sem vida... O “Lar doce Lar” agora não tinha mais nada de doce. Era algo do passado.
Tentaram dar meia volta, mais foram atingidos por um outro carro, e acabaram caindo do anel viário, no inicio da rua, bem em cima de um matagal, e um pouco depois algo também caiu em cima do carro, um zumbi. Desesperado por comida, o zumbi logo quebrou o parabrisa do carro e tentou entrar, sendo parado por Ivan, que depois de tirar 10 segundos para se acalmar, estraçalhou o coitado, quase explodindo a cabeça do zumbi de tanto bater ela contra a capota do carro...

"- E o que eu estou negando Heraldo?...
- Poder. É com isso que você sonha. Você quer poder Ivan, poder ilimitado. - Heraldo respondeu olhando-o de forma ferina. – Eu observei muito você. Você adora mandar. Você adora estar no comando. Você ama impor a sua vontade sobre os demais."

Não se deixem levar pelo pequeno resumo que eu fiz ai em cima, isso é apenas alguns fatos que acontecem no PRIMEIRO CAPÍTULO do livro. Se no primeiro capítulo acontece tudo isso, imagina nos outros treze?!
O livro tem uma escrita simples, detalhada e fixante, digamos viciante. Você não consegue ler um capitulo e parar. Eu trabalho ali, no centro de toda a história, no Jd. Aquárius, passo todos os dias pelo Colinas, pelo condomínio Aquárius, pelo Extra... E confesso que nunca mais serei o mesmo. A todo momento, eu digo pra mim mesmo, "Se alguém desmaiar, EU CORRO!", falei a mesma coisa para a minha mãe na terça passada quando fomos ao shopping Center Vale. "Mãe, se alguém desmaiar, corre, e não olha pra trás! Ok"! Rsrs'
Achei incrível o jeito que o Rodrigo situou e organizou a história, a forma como ele descreveu o planeta visto por um satélite, cheio de pontos brancos que iam em direção á superfície dele, como se estivesse ceifando as almas humanas e deixando apenas os corpos ocos e famintos pra trás.
Uma das coisas que também me agradou muito foi o instinto sanguinário e psicótica que a Estela ganha quando está matando os zumbis. Fiquei pasmo quando eles estavam a caminho de Caçapava, e ela sozinha acabou com um ônibus lotado de zumbis!
Durante todo o livro, temos um cenário catastrófico e ainda assim, a cada fase, Ivan e Estela conseguem trazer um brilho de esperança nos olhos das pessoas. No prédio em construção onde ficam uma noite antes de decidirem ir para o Colinas, No Colinas ao montar uma pequena civilização em “harmonia” ali dentro, ao decidirem tomar o Condomínio Aquárius como base, e expulsar os zumbis do lugar... Todos esses momentos, Ivan e Estela sempre pensam no melhor, no futuro. Sempre pensando em coisas boas, sempre tentando ser os mais criativos e produtivos o possível. Seja criando algo auto-sustentável como uma Fazenda no Termas do Vale, um meio de criar energia, poços para bombear água...
Não esperem algo melodramático e existencial como The Walking Dead. A coisa aqui é bem mais Punk, ainda mais quando eles invadem o Tiro de Guerra em Caçapava e fazem a geral nos armamentos. Sinceramente, eu queria estar lá vendo os Lança-Chamas acabarem com os zumbis! O autor agrega muita coisa real, com coisas fictícias, ele molda toda uma realidade para que aquela ficção se encaixe certinho nos moldes. O livro em si traz uma bagagem de informações reais gigantesca, sem falar que, as "previsões" do futuro que o autor faz a respeito dos governantes é perfeita.
Comentei uma coisa no Facebook e poucos entenderam, comentei o seguinte: “Não sei se você vai me entender, mais o final não terminou como eu esperava mais acabou terminando da forma que eu imaginei!”, o que eu quis dizer foi o seguinte, eu esperava que, fossem os presos de Taubaté que estivessem por trás dos ataques no condomínio, esperava que antes do livro terminar, eles já viessem atacar e tomar o condomínio, que na minha opinião é o que vai acontecer no segundo. (SPOILER, SPOILER, SPOILER) Mais não, era Heraldo que estava por trás dos crimes. Só que no fim, Ariadne consegue entrar em contato com um grupo de sobreviventes que está em Taubaté, ou seja, realmente vai acontecer o que eu imaginei que ia acontecer. Acho que deu pra entender não é?
De verdade, esse é o primeiro livro de temática Zumbi que eu leio, e deu pra ver que, essa temática, é ótima pra prender a atenção, não sei se é o livro e a escrita do Rodrigo que são muito boas, ou se sou eu que gostei muito dessa temática.
Esse tipo de livro faz você pensar de uma forma muito estranha. "E se acontecesse agora? o que eu ia fazer?" penso isso a toda hora. Você acaba pensando em coisas táticas, e simples pra se defender, ou se esconder e esperar a loucura toda se acalmar. Perguntei pra umas quatro ou cinco pessoas, e todas me responderam que nunca haviam pensado em um plano de ação para caso tudo isso acontecesse um dia. Acho que é uma boa ideia, pensar um pouco sobre o assunto, e ver se você conseguiria sobreviver pelo menos um dia...

MAIS AI ME PERGUNTARAM: "E SE VOCÊ VIRAR UM ZUMBI JUNTO COM OS OUTROS?", eu só pensei em uma coisa pra responder: "Dai eu to fudido!".

Recomendo sim, em todos os sentidos esse livro. Posso garantir que vai fazer você ficar paranoico em relação ao Hercólubus, e se você mora em São José dos Campos, e sentir receio ao ir nos lugares citados pelo autor no livro, meus parabéns, você assimilou bem a história!

E mais uma coisa, se alguém desmaiar, não preste socorro... CORRA!

Parabéns pelo livro Rodrigo, aguardo ansioso pelo segundo volume! E ó, vamos parar de fazer o povo do condomínio sofrer tanto!